Enquanto o mundo chora com a escassez de microchips, a Samsung Electronics teve no segundo trimestre maior lucro para o período desde 2018 vendendo lenços (microchips de memória de servidores).
E foram MUITOS lenços, até porque, mesmo com demanda de fabricantes de smartphones ter diminuído por causa da inflação, os números foram os maiores da história da empresa:
- As ações da maior fabricante de chips de memória e smartphones do mundo fecharam em alta de 3,2% após o anúncio, contra valorização de 1,8% no mercado mais amplo.
- A Samsung teve lucro operacional de 14 trilhões de wons (10,7 bilhões de dólares), um aumento de 11% em relação ao ano anterior.
- A receita do segundo trimestre aumentou 21%, para 77 trilhões de wons, em linha com as estimativas do mercado.
Outros fabricantes de microprocessadores alertaram recentemente para um iminente excesso de chips em clientes que estocaram componentes eletrônicos durante a pandemia para atenderem a demanda vinda pelos impactos das medidas de isolamento social.
Os preços de chips DRAM específicos, usados em dispositivos e servidores, caíram cerca de 12% no mês passado em relação ao ano anterior, segundo o provedor de dados TrendForce. Os preços dos chips NAND Flash, usados para armazenamento de dados, também devem cair até 5% no período de julho a setembro em relação ao trimestre anterior.
Demanda dos smartfones vem caindo…
Aumento da inflação, preocupações com desaceleração nos principais mercados, guerra na Ucrânia e lockdowns na China resultaram na desaceleração das vendas de smartphones, deixando a demanda por chips de servidor como o único ponto positivo já que nos celulares a história foi muito diferente:
- As vendas estimadas de smartphones pela divisão de telefonia móvel da Samsung no segundo trimestre foram de cerca de 62 milhões a 64 milhões de unidades, cerca de 5% a 8% abaixo da estimativa de março, disse a Counterpoint Research, citando impacto da inflação sobre a demanda. No primeiro trimestre, a Samsung vendeu 74 milhões de smartphones.
Os resultados da Samsung foram protegidos porque grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos, como Amazon, Microsoft, Google e Meta, que usam muitos serviços de data center, continuaram comprando chips para atender à demanda por serviços de computação em nuvem, acrescentaram.
Um dólar em tendência de alta — que atingiu a máxima de 20 anos — também ajudou a impulsionar o desempenho da empresa no segundo trimestre.