Enquanto as bolsas de valores por todo o mundo seguem em tendência de baixa, a indústria brasileira, por outro lado, surpreendeu positivamente nos últimos quatro meses somando uma expansão de 1,8%. Mesmo assim, ainda é cedo para comemorar:
- O desempenho ainda foi insuficiente para recuperar a queda de 1,9% em janeiro.
- A produção industrial cresceu 0,3% em maio em relação ao mês anterior, após crescimentos de 0,2% em abril, 0,6% em março e 0,7% em fevereiro. Mesmo assim, a produção ainda ópera em patamar 1,1% inferior ao de fevereiro de 2020, no pré-pandemia.
O(Ipea) divulgou, nesta quinta-feira (30/6), a Visão Geral da Conjuntura, análise trimestral da economia brasileira, com previsão de crescimento de 1,8% para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. O destaque vai para o setor de serviços, com estimativa de previsão de alta de 2,8%, enquanto os setores de agropecuária e industrial devem mostrar relativa estabilidade. Do lado da demanda, a projeção de crescimento do consumo das famílias ficou em 1,6% para este ano.
Depois da alta de 1% do PIB registrada no primeiro trimestre de 2022, a maioria dos setores produtivos apresentou desempenho positivo também em abril. As previsões do Ipea mostram que, em maio, o nível de atividade deve avançar na comparação com o mês anterior e com ajuste sazonal: 1,2% na indústria, 0,6% no comércio e 0,3% nos serviços. A evolução dos indicadores de atividade está em linha com o desempenho do mercado de trabalho, cujos dados recentes mostram que o ritmo de recuperação se intensificou ao longo dos últimos três meses, combinando forte expansão da população ocupada e redução significativa da taxa de desocupação, mesmo com o aumento da taxa de participação.
Esse conjunto de indicadores sugere boas perspectivas para o PIB no segundo trimestre de 2022, com projeção de crescimento de 0,6% no período, em termos dessazonalizados, em relação ao trimestre anterior, e de 2,3% sobre o mesmo trimestre do ano passado.
Zoom Out: Segundo o IPEA — Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada — a expectativa para o segundo semestre é desaceleração da atividade econômica, por causa das incertezas da guerra (entre a Rússia e a Ucrânia) e da alta inflação.