Pedimos desculpa para os anti-brócolis, mas hoje foi um dia de vitória para os fãs de verduras. Risos. Isso porque a Raízs é a mais nova foodtech brasileira a levantar um investimento US$ 4 milhões (cerca de R$ 20 milhões), continue com a gente e entenda por que isso é tão relevante para o segmento!
O Business
Especializada em entregas de alimentos orgânicos recém-colhidos, a startup quer expandir para o Rio de Janeiro em 2022, indo além do Estado de São Paulo, onde atua desde sua fundação, em 2016.
O aporte foi liderado pelo fundo carioca Solum Capital, acompanhado do KPTL Capital. Esse é o segundo cheque da Raízs, que já havia levantado US$ 2 milhões em 2019. Desde então, a startup afirma triplicar de tamanho a cada ano.
Nos últimos dois anos, a Raízs viu o negócio despontar graças à ênfase na pegada “verde” – é o movimento que se intensificou na pandemia, com o aumento da preocupação relacionada à utilização de alimentos sem agrotóxicos.
O modelo de negócio da Raízs consiste em fazer a entrega dos alimentos da terra à mesa. Assim, a companhia elimina intermediários, negociando os produtos com pequenos agricultores e realizando as entregas diretamente às casas dos clientes. Segundo Abrahão, é com esse modelo que a startup consegue preços até 20% menores em relação às gôndolas dos mercados. Além disso, ele diz que o modelo permite fidelizar os agricultores, que recebem também 20% a mais nas vendas.
Como outras startups do segmento, a Raízs usa tecnologia própria para prever a demanda, utilizando aprendizado de máquina para entender os gostos dos clientes. Dessa maneira, a companhia faz o planejamento da colheita junto aos produtores e agrônomos da startup. Outro uso é na roteirização de rotas para a distribuição dos itens pelas cidades, reduzindo desperdício de alimentos para 4%.
Nesse esquema, a Raízs atingiu o tão sonhado breakeven, quando a startup deixa de operar no vermelho e passa a gerar lucro. Impulsionada pelo novo cheque, a meta é aumentar a cifra. O plano inclui ainda a expansão de funcionários (hoje são 180 pessoas contratadas) e o aumento da linha de produtos de marca própria, como castanhas.
Atualmente, a Raízs possui 52 mil clientes e atende as regiões da Grande São Paulo, Guarulhos, Alphaville, região do ABC, Grande Campinas, Santos, Bertioga e Litoral Norte de São Paulo.PUBLICIDADEhttps://88807b8f909d9f9499c4a4c04521cacd.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Bom momento para o segmento
As foodtechs têm ganhado espaço no Brasil. Além dos unicórnios (startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão) iFood e Daki, o Brasil possui 357 nomes do setor alimentício, segundo levantamento do fundo Outcast.
Um destaque recente é a Diferente, especializada em alimentos orgânicos “feios”, descartados dos mercados. Em março, a companhia, fundada por um ex-James Delivery, foi responsável por levantar US$ 4,4 milhões para iniciar a operação no Brasil.
Além dela, a LivUp, conhecida pelas marmitas saudáveis congeladas, entrou em 2021 no ramo de entrega de hortaliças e oleaginosas, batendo de frente com a Raízs. Mais capitalizada, a startup levantou R$ 230 milhões no fim do ano passado, mas, em fevereiro de 2022, realizou demissões de 15% dos funcionários.