Sim! De novo. Uma semana após o anúncio da aquisição da Hammer Codimentos, a Kraft Heinz adquire a Br Spices.
Sobre a Br Spices…
O criador da marca publicitário e chef paulistano Gabriel Daniel, de 33 anos não imaginava que o negócio inspirado na loja de temperos da família na Rua Santa Rosa, próxima ao Mercado Municipal de São Paulo, seria de interesse da Kraft Heinz, multinacional americana de 25 bilhões de dólares.
O executivo é responsável direto pela criação dos produtos e escolha das misturas, analisando as possibilidades com, por exemplo, o time de qualidade. Com isto, a Br Spices conta com desde um moedor de pimenta preta, até um sal rosa do Himalaia ou um sal para churrasco com sal marinho iodado, cebola, alecrim, salsa, páprica defumada, tomilho, manjericão e mostarda.
Com esta proposta, nos seis anos de vida, a Br Spices saltou de duas pessoas em uma sala comercial, recebendo reativamente os pedidos de supermercados, para uma companhia com 70 funcionários diretos, uma diretoria comercial que angariou cerca de 20 mil pontos de venda pelo Brasil, e um portfólio de 70 produtos, sendo ao menos 12 deles lançados neste ano.
O que vem por aí
A sociedade com a Kraft Heinz aponta a importância do segmento de temperos no Brasil. Entre 2015 e 2020, as vendas de ervas e especiarias cresceram cerca de 33% no país, resultando em um mercado de mais de 1.2 bilhão de reais, de acordo com a consultoria provedora de inteligência de mercado Euromonitor. Até 2025 é esperado um crescimento de mais 22%.
Além de reforçar a presença na categoria e expandir o portfólio, a Kraft Heinz pensa na possibilidade de ter a BR Spices como um hub de inovação para a construção de novos sabores, misturas e até mesmo marcas.
Para isto, é essencial que a estrutura da BR Spices continue como está, assim como Daniel siga como presidente da companhia. O modelo é semelhante ao que fez, por exemplo, a fabricante de bebidas Ambev quando comprou as marcas Wälls e Colorado em 2015, época de ascensão das cervejas artesanais.
O movimento está alinhado à estratégia global da Kraft Heinz, que conta com o incentivo do CEO Miguel Patrício para a expansão fora dos Estados Unidos, sendo o Brasil um país bastante importante. A sociedade exemplifica também o trabalho de análise regional, uma vez que outro negócio neste segmento só foi realizado pela companhia na Austrália, quando a Kraft Heinz adquiriu a marca de cafés, temperos e molhos Cerebos por 290 milhões de dólares australianos, em 2017.